O papel do profissional de Real Estate na retomada da economia

O evento mensal da CoreNet, promovido em São Paulo no dia 24 de maio, trouxe aos profissionais de Real Estate um debate sobre o atual momento de retomada da economia brasileira envolvendo o ponto de vista tanto do proprietário, quanto do locatário de imóveis corporativos.

Adriano Sartori, vice-presidente da CBRE, foi convidado para ser o mediador da conversa entre proprietário, representado pela BR Properties, e ocupante, representado pela IBM Brasil. O executivo abriu o debate questionando como as empresas passaram os últimos dois anos.

Martin Jaco, CEO da BR Properties, citou os desafios do período perante os fatores políticos e econômicos que trazem um cenário de recuperação mais lento e falou sobre os fundamentos do mercado imobiliário no que diz respeito à previsibilidade de novo estoque. "Este foi um fator importante porque de 1993 até hoje o mercado de escritórios, tanto de São Paulo, quanto do Rio de Janeiro, cresce em termos de ocupação com relação ao ano anterior".

Já Frederico Egli, Real Estate e Site Operations da IBM, compartilhou que, apesar do cenário estar se estabilizando, o drive de ocupação tem vindo mais da área de workplace.

O mediador abordou com os presentes a questão da retenção dos colaboradores a partir da preocupação do ambiente de trabalho. Neste sentido, Frederico Egli ressaltou que trata-se de uma mudança difícil e que se faz necessário focar no que é essencial para esta mudança. "O que mais impacta a população é criar o censo de comunidade. O segredo é ser flexível e sempre ouvir a população", opinou.

Martin Jaco compartilhou que do ponto de vista do proprietário o mais importante é disponibilizar serviços além das commodities que todos os empreendimentos podem oferecer. "Como o ocupante irá se sentir neste edifício? Que tipos de serviços podem ser oferecidos, como lavanderia, lavagem de carro, restaurantes? O que teremos fora do escritório é a grande diferença que entra no fator flexibilidade", argumentou o executivo.

Os profissionais falaram também sobre a importância da localização/acesso do imóvel como motivador de decisão quando o assunto é Real Estate, assim como sobre o fenômeno de coworking que tem exigido uma clara mudança na qualidade da locação.

Outro tema abordado foi sobre os impactos trazidos pela nova lei trabalhista. Frederico disse que ainda vê muitos benefícios na terceirização e que percebe que há um movimento que busca trazer de volta os colaboradores que hoje atuam no sistema home office, tendo em vista que pela nova lei as horas extras devem ser feitas no ambiente de escritório. 

Também foi discutido o cenário de queda na taxa de vacância. Martin Jaco citou que o ponto crítico é a questão de onde se construir, caso a vacância continue diminuindo. "Ainda é muito cedo para pensarmos em incorporação. Hoje preferimos transformar um edifício em triplo A", exemplificou.

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