Real Estate

Impactos da macroeconomia no mercado de Real Estate são destaques do evento mensal da Corenet

Questões voltadas ao cenário macroeconômico em 2015 e o comportamento futuro do mercado de edifícios corporativos de alto padrão na cidade de São Paulo foram discutidas no último encontro da Corenet, promovido no dia 27 de março.

Dados recentes da economia brasileira apresentados por Claudio Tavares Alencar, professor doutor do Núcleo de Real Estate da Poli (USP), levaram os presentes a uma reflexão sobre o desempenho do setor. As informações integram uma análise do Comitê de Mercado do Núcleo de Real Estate da Poli, com base em estimativas do Banco Santander.  

Na apresentação foi feita uma análise do desempenho do mercado de imóveis de alto padrão, tendo como referência os dados da empresa Buildings. Sendo destacado que os preços acompanham de perto o desempenho da atividade econômica, evidenciadas pela relação da evolução do PIB e de absorção de imóveis corporativos de alto padrão, que hoje enfrentam uma taxa de vacância na média de 25%.



Segundo Cláudio Alencar, os primeiros seis meses deste ano serão de expectativas para o mercado. “Tudo depende do cenário político-econômico dos próximos seis meses. Vamos torcer para o ajuste fiscal estimular alguma visão de confiança e, eventualmente, no segundo semestre, teremos alguma recuperação”.

Na ocasião foi apresentado um panorama do cenário internacional e a tendência das principais economias, assim como os impactos da crise do setor de óleo e gás, em razão do período de instabilidade da Petrobrás, tendo em vista que 10% de todo o investimento brasileiro é realizado pela estatal. “O impacto é muito forte no mercado corporativo, especialmente no Rio de Janeiro, que está fortemente ligado ao segmento de óleo e gás”, destacou.

Claudio informou que a expectativa do Santander é que o PIB em 2016 tenha um crescimento de 1,3% e que a inflação ficará mais contida. No entanto, as conclusões do Comitê do Núcleo de Real Estate apontam que o momento é de desequilíbrio fiscal, inflação elevada e queda nos preços das commodities no mercado internacional.

“Na medida em que esses ajustes inspirem confiança nos agentes econômicos, poderemos desenhar uma recuperação em um prazo menor. Esse ambiente político incerto nos deixa desconfortáveis para fazer projeções mais assertivas”.

Com relação ao mercado residencial, Claudio menciona que as incorporadoras deram uma pausa nos lançamentos, preocupadas em vender, o quanto antes, seus estoques. Já no setor corporativo, os negócios estão parados e, segundo ele, “quem tem obra está tirando o pé do acelerador, pois percebe que a demanda está desequilibrada com relação ao nível de oferta, em particular na área de petróleo”.